
Os pesquisadores indígenas vinculados ao projeto de pesquisa e documentação intitulado – Arquivo Kamayurá (povo Kamayurá, T.I Parque do Xingu/MT), coordenado por Mayaru Kamayurá e Kanawayuri L. Marcello Kamaiurá, viajam e refletem sobre o tempo e sua história através da coleção etnográfica formada pelo antropólogo Pedro Agostinho da Silva. Esta coleção foi constituída na aldeia de Ypawu, na década de 1960 e se encontra hoje no Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Foto da página inicial. Tocadores emparelhados na dança de urua com a moça púbere, saída da reclusão. Fonte: coleção Pedro Agostinho da Silva, MAE/UFBA
O projeto Arquivo Kamayurá conta com o patrocínio do Itaú Cultural, edital Rumos (2017-2018) que também viabilizou a visita de alguns dos seus integrantes – Kanawayuri L. Marcello Kamaiurá, Auakamu Kamayurá e Kaluyawá Kamayurá ao Museu de Arqueologia e Etnologia/UFBA, no ano de 2019, para examinar a Coleção Etnográfica Pedro Agostinho, bem como seu acervo pessoal de pesquisa que também está sendo tratado por uma equipe do Programa de Pesquisas sobre Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro (PINEB/UFBA), coordenado pela professora Maria Rosário Gonçalves de Carvalho.
O projeto Arquivo Kamayurá já realizou uma pesquisa sobre tecnologia tradicional, que resultou no Manual de Arquitetura Kamayurá junto à Escola da Cidade (SP), em dois volumes: Manual da Arquitetura Kamayurá e A Casa Tradicional Kamayurá.
A experiência de diálogo e visita ao MAE/UFBA dos Kamayurá demonstrou a importância do diálogo entre os pesquisadores indígenas e os profissionais dos museus para a preservação, conhecimento e valorização do patrimônio indígena brasileiro.
Kanawayuri L. Marcello Kamaiurá Auakamu Kamayurá

A pesquisa do Prof. Pedro Agostinho da Silva, na década de 1960, sobre os objetos Kamayurá foi subsidiada pelo Smithsonian Intitution através de uma bolsa cuja supervisão no Brasil foi feita pelo arqueólogo Valentin Calderón. Calderón, líder do Laboratório de Arqueologia e Etnologia da UFBA se tornou diretor do Museu de Arte Sacra da mesma universidade na década de 1970 , onde a referida coleção ficou acondicionada até a inauguração do Museu de Arqueologia e Etnologia da UFBA, no ano de 1983.
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